2006/08/30

Egoísmo

Sou um quase-fã quase-incondicional da série Wheel of Time, escrita por Robert Jordan.

Costumava pensar que era um fã, mas depois de descobrir o empenho com que muita outra gente lia e relia os livros, à procura de pistas e relações entre os vários planos, a ponto de começarem a construir teorias da conspiração sobre os acontecimentos da série, descobri que, afinal, não me posso chamar fã. Não me vejo a chegar a esse nível.

Quase-incondicional porque, apesar de ter lido todos os livros da série, tenho que concordar com alguns dos críticos dois últimos dois livros... e com estes resumos hilariantes do Winter's Heart e do Crossroads of Twilight, os livros 9 e 10 da série, respectivamente. Li esta semana o livro 11, Knife of Dreams, e tenho que admitir que ele se redimiu de forma admirável. Devorei as quase 800 páginas em menos de uma semana. Foi um regressar aos bons velhos tempos.

Com o interesse renascido, li com mais atenção a entrada do Wikipedia, e a certa altura diz o seguinte: "However, Jordan has recently revealed on his blog that he may have only a short time left to live".

Assim, sem nenhuma fonte de citação, sem mais nada! Não quis acreditar, até que depois vi isto na página oficial da série.

O que é que isto tem a ver com egoísmo? A primeira coisa que me passou pela cabeça, por muito estúpido que seja ter que admitir isto, foi "Seria um ganda galo se ele não tivesse tempo de acabar o último livro".

Enfim, já me habituei à ideia de que os pensamentos são inconsequentes. Mas, às vezes, ainda me surpreendo com as coisas que se formam na minha cabeça, e ainda me pergunto de que recanto obscuro é que virão estas malditas pérolas.

2006/08/24

Digam A Deus Para Esperar Sentado (1990-11-15)

Pouso a minha enxada
Na terra macia
E vejo o pôr do sol
Numa beleza alaranjada
Acaba mais um dia
Onde é diferente todo o igual
E dá-me a certeza de que sou imortal

Descanso em minha casa
Festejo no meu palácio
Protejo-me no meu castelo
Sonho na minha cabana
Embalado pelas ondas
Nunca ouvi nada tão belo

Eu nunca hei-de morrer
Para quê? Não é preciso
Estou aqui muito bem
Encontrei o meu paraíso
Já não vou a nenhum lado
Digam a Deus para esperar sentado

Ela aproxima-se
Suave como a brisa
Que sopra de onde o azul encontra o azul
Senta-se ao meu lado
E toca-me, quase por acaso
E a brisa vai-se transformando em temporal
E dá-me a certeza de que sou imortal

Olhos nos olhos
Corações abertos
Duas almas que se tocam
E que se envolvem
Num diálogo em silêncio
Que se confundem e se trocam

Nós nunca iremos morrer
Para quê? Não é preciso
Estamos aqui muito bem
Encontrámos o nosso paraíso
Já não vamos a nenhum lado
Digam a Deus para esperar sentado

E eis então que chegam
Duas pequenas estrelas
À volta da Lua e do Sol
É a Primavera
Que corre à nossa volta
Sem sequer sonhar com o mal
E dá-me a certeza de que sou imortal

E nos seus olhos
Nos seus sorrisos
Eles dão-nos a certeza
De que, quando crescerem,
Não perderão
Essa inocente beleza

Nós nunca iremos morrer
Tu e eu e as duas estrelas
E sabe mesmo bem
Poder ver coisas tão belas
A brincar e a aprender, ele e ela, lado a lado
Nós não vamos a nenhum lado
Digam a Deus para esperar sentado

2006/08/21

Play

Bem, é só para avisar que o "À Volta da Lareira" está de novo em actividade.

2006/08/19

De volta

Bem, cá estou eu novamente.

Ontem, o jantar prolongou-se até às 5 da matina, o que significa que hoje o dia começou tarde :)

Já dei uma voltinha pelo "Bon Coeur", e mais logo, se não chegar mt tarde, trato aqui do "Serei Breve" e depois vou dar um passeio pela blogos-fera, que já não faço algumas visitas há muito tempo.

Lá diz a velha expressão - Ain't no rest for the wicked :)

2006/08/17

Simone - "O Que Será"

1. Até Sábado, não devo ter tempo para dedicar à blogos-fera. Até lá, divirtam-se :) :* & []

2. Sim, eu sei, a música é do Chico. Mas esta letra em particular é a versão da Simone, que me arrepia completamente. Obrigado, Paula, por há muitos anos me teres convencido a ouvir isto. A minha voz brasileira favorita, sem sombra de dúvida.


E todos os meu nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

O que será que lhe dá
O que será meu nego, será que lhe dá
Que não lhe dá sossego, será que lhe dá
Será que o meu chamego quer me judiar
Será que isso são horas dele vadiar
Será que passa fora o resto da dia
Será que foi-se embora em má companhia
Será que essa criança quer me agoniar
Será que não se cansa de desafiar
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que será
Que dá dentro da gente, que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de um folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
E nem todos os santos, será que será
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem juízo

2006/08/13

Memórias - IV

São 00:53... mais coisa, menos coisa.

Já é 13 de Agosto. Neste caso, de 2006. Faço o brinde com um copo de Licor Velho do Mar (Licor de Pescador, para os amigos), que, como todos sabem, deve beber-se fresco, o que acaba por ser agradável numa noite destas.

O brinde, esse faço-o a 13 de Agosto de 2000. Desde uma certa altura da minha vida que deixei de me assustar com o número 13, e este dia veio demonstrar-me que estou certo.

Brindo a um tipo que conheci, e que por vezes volto a encontrar, se bem que algo diferente. E a uma mulher que não esqueço, e que não perdi a esperança de um dia conseguir reencontrar.

Aconteça o que acontecer, eles viverão felizes para sempre, em 2000-08-13. E nunca se arrependerão do mergulho de cabeça, completamente às cegas, que começou nesse dia e que teve a sua continuação em 2000-08-15, num hospital de Lisboa.

Brindo a eles. For the rest of us, life goes on.

Cheers!

2006/08/12

Hoodwinked

Esta semana, fomos ver o "Hoodwinked", a história alternativa do Capuchinho Vermelho.

Só tenho uma coisa a dizer... FABULOSO!!!!!! É daqueles filmes que recomendo sem reservas!

Foi uma experiência muito idêntica à do Shrek, no sentido em que ia à espera que o filme fosse engraçado, mas nunca esperei que fosse bloody brilliant.

No início, senti uma certa falta de ritmo, mas foi por pouco tempo. Rapidamente fui envolvido por um festival de genialidade e gargalhada.

Vão ver, que vale a pena.

Oh, the Summer...

Yes, the Summer!

I like it! Very pretty design. You are excellent, Summer! You are nice, you're very best season, and you have lot of useful information, also detailed explanations.

Greets, Summer, keep up good work. I like very much! Thanks for sharing your wonderful hot with us!

I wish I could talk a decent fucking english. Also, I feel so deleted... :(

Com o Verão, vem o calor. E as noites quentes... atraem as melgas... principalmente uma, chamada anonymous :D

2006/08/10

Always look... for it is there

E se algum dia alguém falar no meu funeral, espero que seja assim . Era só o que faltava, tristeza no meu funeral.

Deixo aqui um dos melhores hinos que conheço, e que lamento não me conseguir lembrar mais vezes. E isto, que descobri há pouco tempo: "The song touched a chord with the British trait of stoicism (and the Stiff upper lip) in the face of disaster and became immensely popular. When the destroyer HMS Sheffield was struck by an Exocet cruise missile on May 4, 1982 in the Falklands War, her crew sang it while waiting to be rescued from their sinking ship". Quem quiser, pode ler o resto aqui.

Obrigado, Monty Python :)

Always Look on the Bright Side of Life (from Monty Python's Life of Brian)
(Words and music by Eric Idle)

Some things in life are bad
They can really make you mad
Other things just make you swear and curse
When you're chewing on life's gristle
Don't grumble, give a whistle
And this'll help things turn out for the best
And...

Always look on the bright side of life
Always look on the light side of life

If life seems jolly rotten
There's something you've forgotten
And that's to laugh and smile and dance and sing
When you're feeling in the dumps
Don't be silly chumps
Just purse your lips and whistle, that's the thing.
And...

Always look on the bright side of life
Always look on the light side of life

For life is quite absurd
And death's the final word
You must always face the curtain with a bow
Forget about your sin, give the audience a grin
Enjoy it, it's your last chance anyhow.
So...

Always look on the bright side of death
Just before you draw your terminal breath

Life's a piece of shit
When you look at it
Life's a laugh and death's a joke, it's true
You'll see it's all a show
Keep 'em laughing as you go
Just remember that the last laugh is on you
And...

Always look on the bright side of life
Always look on the right side of life
(Come on guys, cheer up!)

Always look on the bright side of life
Always look on the bright side of life
(Worse things happen at sea, you know.)

Always look on the bright side of life
(I mean - what have you got to lose?
You know, you come from nothing - you're going back to nothing.
What have you lost? Nothing!)
Always look on the right side of life


E por falar em "Stiff Upper Lip", aqui podemos ver alguns exemplos; e mencionam um filme que, de facto, sobressai justamente por causa dessa qualidade "very british"... um filme chamado "Zulu", que recomendo a quem gostar de filmes de guerra.

2006/08/08

Memórias - I, II & III

Não sou grande fã do Verão. Tem os seus aspectos positivos, claro, principalmente para a vista ;)

Mas, bem vistas as coisas, se tivesse que ordenar as estações (ou aquilo a que, hoje em dia, chamamos estações, que já não são o mesmo que eram há uns bons anos atrás), seria Outono, Inverno, Primavera, Verão.

Uma amiga disse-me que isto costuma ser sinal de que associo o tempo de Verão a algo mau na minha vida. Mas, na realidade, não é por aí. Antes pelo contrário - o mês de Agosto é o meu mês em que tudo começa. Bem, tudo é um exagero, mas posso realmente dizer "quase tudo".

Enfim, deixo um brinde a 1987-08-08. E, apesar do atraso, a 1999-08-01.

E, porque confesso que já não me lembro muito bem de qual foi a sexta-feira exacta, brindo hoje às duas - 1988-08-12 e 1988-08-19. Vá lá, não estão à espera que eu me vá vergastar por causa disto, pois não? Não é que não tenha sido bom, mas durou apenas um weekend, e já foi quase há 20 anos. Gimme a break, OK? :)

Fica a faltar-me um, mas esse eu sei exactamente quando foi, e farei o brinde na altura devida.

2006/08/06

Uma Questão de Peso

Eis-me, então, de volta.

Ontem foi dia de almoço-alancharado-ajantarado com o pessoal (um imenso "Obrigado" aos pais do Davide por serem uns anfitriões fabulosos). A certa altura, foi engraçado ouvir o pessoal a falar de peso.

As mulheres presentes queixavam-se dos quilitos a mais, dizendo que precisavam de perder 3 Kg, ou 7 Kg, ou whatever, para estarem no seu peso ideal.

É claro que os gajos acharam imensa piada a isso. Uma vez que tinham que perder... oh, algures entre 15 Kg e 30 Kg para estarem so seu peso ideal.

E eu? Da última vez que me pesei, precisava de ganhar 1 Kg para estar no peso ideal. But, anyway, who cares? Afinal, lá diz o ditado que coisa ruim não engorda, so why bother?

E nunca pensei que aquelas piscinazitas de encher pudessem ser tão divertidas :D

2006/08/01

A Tale of Two Castles

Subiu o periscópio.

Por momentos, era difícil acreditar que estivéssemos num castelo. Procurei à minha volta, mas não havia escotilhas, nem vi nenhum peixe de cores exóticas a passar por nós. Isto, apesar de ser do Tejo a primeira imagem que nos foi trazida pela magia de lentes e espelhos.

Foi um dia para andar, como todos deviam ser, pois o Homem fez-se para o movimento, e não para estar sentado a vegetar o dia todo; foi um dia para o convívio alegre e despreocupado, como todos deviam ser, pois o Homem fez-se para a socialização, para a amizade, para a cooperação... e não para toda esta simulação que nos assalta diariamente.

Foi um dia com o melhor, que foi o encontro e o convívio; foi um dia com o pior, que a despedida é sempre assim.

Foi um dia duplamente memorável - porque fica na memória, e porque merece lá ficar.

E, sem que eu me apercebesse, o periscópio mostrava-me uma linha já traçada para outro castelo, num futuro muito próximo. Só mais tarde, nesse próprio dia, me seria revelada essa linha.

Obrigado a ambos por um dia espectacular :)

:* & []